domingo, 20 de setembro de 2009

O Suspiro


Irreal,
O Suspiro da Eternidade
O sonho contra qualquer contrariedade

Olhos de Mar, silêncio Doce,
Sereno,
O puro pensamento de um ser terreno

Voz de cristal, eco fenomenal,
Trespassa os ouvidos como um sólido vendaval
Eco de cristal...
Brilhante de palavras, doce de emoções,
Silêncio profundo de Mar nostálgico,
Lembrança...

Cruzamento de sensações torpedo,
Ar respirável...
Serenidade...
A flor de uma floresta numa Terra interminável
Suspiro...

A sensação estranha de milénios,
O corpo... Levita...
Quando o azul perfura,
E ecoa cânticos de melodias com Alma...

Saio incólume do vendaval,
Não nego pensamentos de pedestal,
Surjo como um ser em bonança,
Coberto de ritual

O azul que persegue...
O mais belo vendaval...

Palavras que não cobrem sensações,

Sentimentos de altivas emoções,
O Suspiro

Sensação de conhecimento de uma Eternidade...
O Azul que sempre esteve presente...
Na Eternidade...

Levitação...
Irreal,

O Suspiro...

sábado, 19 de setembro de 2009

A Tua Faca


Tritura-me a carne,
Faz de mim o teu mais profundo boneco de voodu,
Seca-me as entranhas
Sodomiza-me o cérebro,
Corta-me, como se o Mundo fosse acabar amanhã...

Tortura-me
Ata-me as mãos e enerva-me,
Palavreia-me com a tua boca-projéctil

Suaviza a minha perda
Fuzila o meu coração de tamanha bala-canhão,
Angustia-me,
Dá-me o veneno que fará corroer os tecidos do meu corpo
Agonia-me

Pega na faca e trespassa-me,
Dá-me sede, esconde-me o copo de água para morrer

Controla-me a morte,
Arranca-me um braço,
Suga-me a alma, dá-lhe com uma última facada mortal
Senta-te aqui ao pé de mim

E eu morro-te.

Travão-Milagre


Corria, como um desalmado
Por entre as folhagens e as árvores
Cheias de espinhos e armadilhas cortantes
Corria na esperança de poder parar
Encontrar um travão-milagre
Que me impedisse de esbarrar
Neste mundo desconhecido.
... tempo para respirar.

O caminho apresenta-se agora repleto de pedras,
Ou melhor,
Pedregulhos, pedras gigantes, calhaus estafermos
Cheios de cinismo e dificuldade,
... dificuldade estaferma, divertida,
Cheia de piadas estafermas,... para...
Matar? Acho?

sábado, 12 de setembro de 2009

O Negro


Negritude,
Aparece na hora,
Invade...

Solta o seu grito de raiva
Volta para matar a sede
Penso...

Outra vez

Descaio, Cambaleio,
Negritude
Volta, revolta
Aparece...
Com revolta

Grito

Não espero pela próxima vez,
Penso,
Palavras de sangue
Palavras de dor
Que na esperança revoltam

Mais uma vez...

Invade...

Não espera pela próxima vez
Não espero pela próxima vez

Inquietude, inquietação
Vergonhosa
Invade,
Negritude
Escassez,
Vazio, Frio...

Negritude

Pátria-Mar


O Mar que à noite chama, chama...
A força do seu chamamento que clama, clama...
Louvores às vidas, louvores aos ventos,
Louvores aos temperamentos

E quando anoitece, e a alma escurece,
O Mar à noite chama, chama...
As vozes do desespero clamam, clamam...
Por vidas infinitas dantes alcançadas,
Trituradas, esquartejadas, pela
Força da podridão

Mas à noite a esperança renasce,
A mistura de duas vidas...
... E...
... A clonagem de dois entes pensativos
Que esperam pelas respostas do impossível,
Mas com mestria...

A caça ao homem que foi... o desvio da prosa
(ou poesia) natural como aqui (não) acontece

O Mar à noite...

O ar compenetrado da segunda entidade,
O Mar à noite chama, por um motivo mais actual,
A força das ondas que arrebata os sentidos mais desprevenidos

Um milhão de palavras não ditas...
... Dois milhões de palavras malditas

O Mar à noite espera pela pele branca
Que reflecte a Lua Nocturna com uma pureza infernal,
O ego sensual, beleza de pedestal

As palavras ditas entre o acto, o X-acto de mar coberto,
O som vindo da caverna inocente, de quem sente,
De quem sente
Outrora tão frio, agora tão quente,
Outrora tão frio, agora tão indecente...

O beijo tão Puro
A Seda do cálice
A suavidade, o tremor, a sensação única
Dos lábios tão delicados
O Beijo

O ego da Pátria-Mar aumenta de êxtase

Agora é um Ultra-Mar que ultrapassa...
... Os limites... do êxtase...
O sal, o som, o gemido, o sabor
O gosto do inocente, a loucura do demente...
... Que sente...
... E pensa... Palavras inocentes de pureza infernal
... Que ecoam pelas entranhas...
... Da Pátria-Mar...

Um Beijo
Forma Pura
...Pátria-Mar...

Palavras do Fundo do Poço



Todas as palavras que fogem num recanto sem escapatória, todas as mágoas que divergem num poço de imperfeição sem fundo, todas as desilusões que matam o ser impenetrado, todas as palavras que passam sobre um livro amargurado...

De uma Era


A luz que me ilumina,
É esse o desígnio da aflição...
... Para mim...
A beldade que me causa espertina,
É esse o auge da perfeição...
... Para o mundo...

Levas as coisas atrás de ti
Tudo gira à tua volta com um magnetismo filosofal
Páras o tempo com a tua personalidade
Caminhas pelos vales com uma precisão colossal

És energia revigorante
És a calmia...de um dia... De uma Era!

Poesia obcecada
Não exagerada
... Acalmas-me...

Com a tua capacidade angelinfernal
... Revitalizas-me...
As palavras de efeitos catastasiantes
... Serenidade...